*REVERBERAÇÃO

Uma alma vã perambula
Por ai
Ela é impura e obscura
Ela labuta e reluta
Nos fios dos cabelos
Do tecelão do tempo
Que de barbas brancas
Parece ser o papai Noel
De tantos natais perdidos
E distantes
De uma maneira que arrepia a espinha
E retorce a pele enrugada da velha anciã
Que passa lentamente na rua com cautela
Enquanto da soleira da porta algo parte e chega
Numa inundação que a tudo derruba e leva
Exceto o que o coração congela e a alma exaspera
Junto a isso inconsistências múltiplas reverberam.


*BRASIL. Antologia da Casa da Poesia (vol.2). São Paulo: Scortecci, 2016.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 25/02/2013
Reeditado em 01/01/2017
Código do texto: T4159474
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