TEMPO DE ENCANTAMENTO
Foi um tempo único.
Tempo de encantamento.
Borboletas azuis e amarelas penetravam no meu quarto pelas janelas abertas.
Voavam em direções incertas.
Eu não me dava conta de que esbarravam no abajur, no porta-retrato sem foto.
Não percebia que esvaziava um espaço que nada preencheria.
Nem mesmo este encantamento.
Nem mesmo esta magia que me trazia alegria.
Era tudo uma fantasia.
Uma utopia que eu jamais alcançaria.
Mas durou um tempo.
O tempo dos voos das borboletas.
E da vacuidade das coisas.