(Manhãs desnascidas)
a folha flácida da memória
aninha-se no turbilhão de neurônios
aquecendo os fatos
como fotos mal reveladas.
respinga sensações de déjà vu
nas manhãs desnascidas
quando a madrugada
recolhe o seu manto
e o silêncio, ganindo solidão,
redesenha nossa fala.
nesse momento,
num ninhal de estrelas,
cria-se um novo universo.