O casal.
Duas almas que juntaram-se para caminhar;
As mãos foram dadas para tudo facilitar.
Trocavam olhares enquanto prometiam que iriam se amar,
Todos os dias de baixo do mesmo luar.
Visitaram as montanhas e o mar
Conheceram todo e qualquer lugar
Tão perto que os corações pareciam que iriam se juntar
Quando resolveram com tudo isso acabar.
O homem seguiu o sonho de se fazer,
Um grande homem e na vida crescer.
A mulher não quis seu tempo perder,
E fez seu grande talento aparecer.
Todas as noites, ambos queriam morrer
Quando lembravam o que queriam esquecer
A dureza da solidão já começava a ceder
E dava lugar às lembranças do que poderiam ser.
Mas as loucuras do homem o faziam rir
Todas as vezes que ele voltava ao tentar ir.
A mulher já duvidava saber do caminho a seguir;
Por mais que tentasse, não conseguia mais sentir.
Como todos sabemos, a vida é um filme de terror
Que quando não nos mata, nos fere com seu horror.
Não querendo se ferir novamente, enchia-se de temor
O antigo casal que um dia já foi cheio de amor.
Chorando todas as noites, extraindo da solidão seu sabor
Ambos ataram-se a praticar um grande louvor.
A Deus pediram com muito fervor
Mas a injustiça do silêncio só lhes trouxe mais agror.
O homem, decidido, se levantou,
Puxou uma corda e se amarrou.
Em um objeto pesado a outra ponta atou,
E da mais alta ponte, se jogou.
A mulher, por sua vez, chorou
Quando a notícia de sua agora eterna solidão chegou.
Tentou tirar algo de bom da vida e se lembrou
Que tudo o que ela tinha de bom, da ponte pulou.
Suicidou-se.
Encontraram-se.
Se olharam.
Se amaram até que a eternidade os separassem.