Linha imaginária
Há uma linha imaginária que divide o mundo
Ao meio.
Há uma linha imaginária que divide as pessoas
Por dentro.
Há uma linha imaginária que divide as almas.
Por fora e nas pontas...
Há uma linha imaginária que divide egos e consciências
Uns pelas metades e outras pelas beiradas.
No tribunal do inconsciente
Vejo astros e estrelas e
Os cometas se tornam meteoritos
Caem fumegantes destruindo a plantação.
Não são imaginários, são condenações cósmicas,
sorrateiras, certeiras e fugazes.
Ainda nas paredes do tempo.
Testemunhamos os séculos, anos e horas
Que passam constantemente
E surge novamente uma outra linha imaginária
Dividindo o hoje e o ontem...
E, mais outra linha imaginária
entre o hoje e o futuro...
Somos o que sempre fomos...
Em estado de potência...
Em raízes, sombras e resquícios.
Em história, genética e espírito.
Somos. Estamos. Sentimos
Milhões de linhas imaginárias
Dividem absolutamente tudo...
Somos fragmentos e ao mesmo tempo o todo.
Há linha imaginária do horizonte
Dividindo espaços
conhecidos e desconhecidos
que caminha conosco até a reta final.
Até a concreta lápide de nosso sepulcro.
Ainda assim a imaginação humana não morre.