A máscara da noite
Sou a máscara da noite, movida entre o vazio e o nada.
Há perigo em mim, muito perigo!
Há perigo em cada eixo dessa cidade
A anti-retória coloquial da poesia de confunde e me destrói
Mas sempre me refaço pela manhã
Sempre...
Ai de mim se não fosse o sangue do cordeiro
E a mixórdia de teu cálido beijo
Sobejado e vagabundo
Anjos solfejam nênias
Dentro dos ouvidos da noite
Meu querer é impreciso e marginal.
Há carência das estrelas, viúvas de Baudelaire
São lupanares, escravas das vontades dos poetas,
Vivem a cutucar os tetos de todas as casas das ruas dessa cidade
Mortíferas válvulas parindo a luz do dia kafkiano e paranoico...
Eu sou a máscara da noite, apertando o botão do fim.
Janaina Cruz