Sem face
Teu rosto sem olhos
Uma face sem gestos
A expressão do fundo do poço
A réstia na escuridão.
Teu rosto sem boca
Emite uma maldição
Vestida num manto, sem canção
Do eco de uma palavra oca.
Teu rosto sem narinas
Inspira o ar de uma noite fria
Como o último alento
Suspiro de uma oração.
Teu rosto sem corpo
Recorte da agonia
Ausência de um coração
Reflete n'Alma a presença da morte.
Teu rosto encoberto
Por um capuz das sombras
Goteja frases vazias
Suor escorrido nas vestes da poesia.
Teu rosto sem face
Disfarce que incendeia
Queima e espalha cinzas
Simboliza o fim...
O início de outra vida!