MÁXIMA CULPA
Se tu olhares, durante muito tempo para o abismo,
O abismo também olha pra dentro de ti.
(Friedrich Nietzsche)
Minha culpa... Máxima culpa...
Quebrei a vidraça!
Estilhaçou-se o vidro...
Feri o anjo e libertei o dragão
Serpentes me rondando...
Sombras... Asas da solidão
Desmoronou meu castelo de sonhos
Perdi a intimidade com as estrelas
Aprisionei o amor e libertei a fera
Um terremoto em minh’alma
Virei escombro de mim mesma
Tudo que me restou são folhas farfalhando
Ouça meus ais... Não são de prazer!
São gemidos de dor! Provei da cicuta...
Não bebi do néctar do amor!
Agora clamo ao divino...
Que me envie um anjo... Um arcanjo!
Para que me livre da armadilha da ilusão.
Venha amor! Traga-me teu sopro quente
Um beijo teu! Ouvirei a lira de Orfeu...
As harpas do coliseu.
Somente o amor nos dá prazer sem dor
Certezas sem dúvidas!
Um verdadeiro sonho em forma de realidade.