Sonhos
Tenho a alma sobrevoada por morcegos escuros
Morcegos que emergem da mais recôndita escuridão
Com asas que me assopram lembranças remotas
Lembranças que punem, cheias de culpa e desolação!
Ah, se pudesse, pegava eu de um chicote tal qual um peão
Movimentava-o em circunvoluções
Aproveitava-me de um deslize, para desferi-los acoites e mais acoites ...
Depois dormiria consciente de não ter mais tais alucinações
Acordo e volto a dormir , e tal qual minha consciência ouço o revoar ...
Estas horripilantes criaturas adentram a minha mente noturnamente
Nem meus suspiros hipnicos votam a me acordar
Sou prisioneira destes vôos acusatórios
Deste inferno, sairei direto para um céu
Esquecendo-me do purgatório .