Meu ser

Sou o canto estridente da gralha

canto inexistente…

Sou o choro do doente

e o grito dos revolucionários,

que fazem de sí, escada.

Uma poesia vazia

inconsequente e Inebriante.

Sou o esgoto que suja o mar

recheado de angústias e apelo.

Sou o céu vermelho, marejado em sangue

a lua que derrama rastros de luz…

e também as estrelas já caídas.

Sou a blasfêmia que sai da boca dos hereges

condenados ao fogo duvidoso.

Sou a dor e o rancor

que apesar dos pesares

sente alegria na tristeza.

Sou o vento que sopra do sul

frio…melancólico…

Sou o idioma morto que falou uma nação

viva na memória do tempo.

Sou o carrasco que te direcionará à forca

a lâmina da guilhotina.

Sou a lei que condena meus erros

e o tribunal que julga os inocentes

na justiça derivada injusta.

Sou o gosto amargo do doce

e a contradição em ser o que sou

Sou o livro trancado pra ninguém ler.

Exorcista
Enviado por Exorcista em 20/01/2013
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