ENSAIO 4
ENSAIO 4: RETÓRICA FRAGMENTADA
todos os sinais são de perigo
pare!
as letras viram vivos
peixes mórbidos de olhos escancarados
e bocas semi-abertas
tragando bolhas de oxsemgênio:
a fórmula mágica da vida
dois entre duas letras semi-analfaômegas, gamas e betas;
(os gregos e suas manias híbridas de sófocles, sócrates,
aristóteles e tantas outras taras proparoparoparoxítonas)
prefiro vs verbvs, sonorvs, concretvs ou abstratvs e
todvs vs vs dus romanvs
páris!
cavalo de tróia não sobe escada nem tem vapor
a barriga cheia de vermes, cara-de-pau
bate à porta dos desavisados e corre atrás
da mulher de menelau
mas isto já foi dito, tudo já o foi
a boca aberta abriga a nececiodade de saciar-se
de pão ou algo mais que cestas básicas
também o mal entra pela boca do homem
alimentando parasitas invertebrados,
deglutir discursos,
contrair os músculos, contrariar e seguir
pela escada de jacó até o meio do labirinto
até perder os três poderes n'alvorada
tropeçando nos tapetes das diploduras e ditamacias
sejamos anti-cépticos bucais
vinguemos o verbo numa vide boa
entornando o caldo das calamidades
deixemos de (par)lamentos e autoridades
não vamos viver só pela metade
pois se cada pessoa vale uma pessoa
melhor gaguejar que ficar calado
antes sentir dor que viver anestesiado