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Estranha Melodia


Foges,
E na tua fuga
Os monstros que tu temes,
Durante a noite,
Tomam formas mais terríveis,
E tu nem percebes
O quanto eles
Crescem.

Na tua partitura,
Escreves
Estranhas melodias,
Sonatas de medos,
Valsas falsas,
Minuetos de segredos,
Noturnos
Sempre taciturnos.

A tua orquestra
Não presta!
Não animarás a festa,
Não convencerás a platéia...

E as tuas ideias
Presas nas teias dos sentidos
Agonizam em colcheias,
Morrem em bruscos sustenidos,
E bemóis sofridos.

Não há sol na tua clave!

E antes
Que tudo se acabe,
Examina a partitura,
E encara a sinfonia dura
Que tu mesma compuseste,
Não deixes para depois
Esse enfrentamento,
Pois tua pauta
É tua vida,
E tua música,
É teu sustento.


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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 16/01/2013
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