Colisão... enfim, sãos!
O que o sentimento deseja?
Atravessar as camadas da vida
com o riso na ponta dos dedos,
debulhar o trigo dos sonhos
nos campos sonambúlicos... de mentes
dementes...
sementes douradas
entes alados!
Mergulhar no sono dos esquecidos
fabricar raízes cromáticas
nas alturas elevadas
ao vento morno de um dia translúcido
eventos
e alentos...
etéreos momentos!
Reger a memória dos impuros
em celebração ao néctar
dos iluminados...
revelar a partitura do amor
e velar os minutos esvaídos
amados
deixados...
atados!
Conceber a razão do caos em nome
do supremo poder derramado na alegria
no grito dos incautos...
humanizar o solo das paixões
na cavalgadura...
retirada as ataduras
derreter as armaduras...
Galgar a escada de nuvens
ser o liquescente beijo
de um solo estriado
pelo calor dos musgos amanhecidos
viver o que vier...
da essência divina
arquitetada no templo
da vontade regida pela dança do sono
dos átomos!
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Poema selecionado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores para compor a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 98