Tesão, pão e coca-cola

Por que me olhas?

nas idas e as voltas

se de você nada sei.

Do que dúvidas de mim?

Ainda te viras

para o que conferir?

Se olho para ti?

Sim, despertar-me interesse.

És misteriosa na minha imaginação

um corpo harmônico como numa canção:

não composta, mas em construção.

Com teu olhar penetrante

como se algo queres descobrir

sou eu um ser interessante?

Ou para eu te seguir

quando me viras as costas.

Sempre apareces na minha frente

quando nada há na minha mente

com um olhar disfarçado;

com tuas vestes coloridas

com um falar mal escutado

como um vazio a ser preenchido.

Pensas que sou um enxerido?

Qual nada, eu sou é tímido.

Que queres comigo?

não sou nem teu amigo

tampouco teu conhecido.

Gostarias que fosso teu namorado:

andarmos lado a lado

que nada, partes com um andar apressado;

fico com olhar perdido no espaço

poderíamos, pelo menos sermos conhecidos?

Até numa varanda iluminada

onde antes nada havia

de repente, me apareces.

Paro minha caminhada

respiro fundo o ar da madrugada;

perto estamos, sinto o cheiro da tua lavanda.

Excito-me! Levanto os olhos em busca de ti

E aí, não vejo mais o antes via.

Nem sei o teu nome?

Sei lá onde moras?

Com quem namoras?

Para aonde vais?

De onde vens?

O que de mim desejas:

Com este olhar brilhante

que me deixa ofegante.

Se vou comprar coca-cola

Se vou fumar um cigarro

Se olho pro lado

Se dou meia volta

Se estou em pé ou sentado

Só ou acompanhado

Do lado de dentro ou de fora

Chegas, e faz questão que eu te veja.

Ora bolas! Até na hora

de comprar o pão você chegou

quando eu já ia embora;

viras-te mutante? De short e blusa cor-de-rosa:

nunca te vi antes assim.

Sorridente e falante com o vendedor

mas, de mim os olhos não tirou

até nem conferis-te o troco.

Saíste caminhando sensualmente

como sempre fiquei a te olhar.

Nada mais via minha frente

havia só uma irradiação da emoção:

de darmos às mãos, e aí, nada a dizer

só o pulsar dos corações, o calor do prazer

um abraço para aquecer

um caminhar até amanhecer.

E fiques Tu sabendo

mesmo com toda tua esperteza

juventude e beleza;

com o que temes ou o que sentes

o que desejas ou ensejas

no dia em que eu sussurrar

nos teus ouvidos

nunca mais tu me deixas!

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 13/01/2013
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T4082145
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.