Versos Vitruvianos

Vós, dotado de maestra sapiência

De formas de tão clara simetria

Herege e grande é tua própria essência

Que oculta, grita e nega a perfeição.

Tu, tal deus rústico de sangue mortal

Quero ver-te exposto ao abstrato

Tirar-te de tuas sombras, abrir-te como

Um divino atado a cruz, exato.

Aberto teu peito e sangue no papel

Medida suas formas, tripas, órgãos

Teu pendulo oscilante envolto em véu

Puxando e repuxando, a essência e perfeição...

Deus meu, deus que amo, deus que fede

Seu corpo aberto exala repugnância

Hipnótico me prende, me enoja e rege

A fuçar em suas entranhas, de tua face a relevância.

Deus lupino e selvagem, nu esticado a cruz, esmiuçado.

Kevin Barden
Enviado por Kevin Barden em 11/01/2013
Reeditado em 21/02/2013
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