UM SOPRO DE HORROR
Por detrás das vidraças
Olhos espreitam
Vasculham, esmiuçam
Instintos aguçam
Os galhos sem folhas
Sentem o abraço invernal
Constrangem-se, afinal
Ao verem-se assim, desnudos
Almas, que passam, apressam o passo
De repente, na nuca sentem
Um sopro de horror
A devastar-lhes o interior
Olhos argutos
Mortiços olhos
Que insones buscam
Incautos rostos
(Foto da autora, Williamsburg)