gracejos com os ratos di-versos*
não ri, Henri
não me dê bola
bola aí
alguma coisa
pra depois
depois que eu vir
quem foi que pôs
o mel na cuia
Cuiabá
babaca ri
mas não à-toa
leva a leoa
daqui pra lá
vem e me dá
o que é meu
vem logo, Henri
e logo aqui
neste lugar
em que perdi
a tentação
de ter podido
ser teu irmão
me dá meu níquel
Henri não ri
do esquisito
da expressão
do fim do mundo
amplidão
do universo
a impostação
da voz não é tudo
porque o mudo
também fala...
Henri não ri
vê se tu cala
Rio, 04/01/2007
*durante reunião, na madrugada de 04/01/2007, com os Ratos Di-Versos, irreverente grupo de poesia que atua no Rio de Janeiro, na Lapa e no Humaitá, onde se deu o encontro.