POEMA (quase lento)
consigo contigo tocar um adagio lento
sinto sabores e frutos vindos do mar.
Aéreo eu sigo as horas
misturo as cores em movimento
no som cortado nos lábios
nas lâminas dos cataventos.
Sopro a poeira nas alturas
longe ouvem a alegria e a chuva
nas terras de ninguém.
Morrem na boca as rimas pobres
amores descem ladeiras e curvas.
Nas esquinas, quebram telhas;
queimam flores de plástico e pano.