DOIS POEMAS AO ESPELHO
ESTRANHEZA
Nunca me olho
claramente
ao espelho...
Se olho me
espanto com
o que vejo:
Eu sou um
dentro e sou
outro fora...
Me incomoda
pensar que um
é vivo, e o outro
morto...
Me sinto o eu
de dentro, não
sinto o que o
espelho me
mostra...
e me apavoro.
súbito...!
quem sou ?
eu, ou esse
estranho...?
ESTRANHO AO ESPELHO
Estava tão certo
não ser aquele que
o espelho dizia,
que negou se
ele mesmo...
Surpreso ! ser
confundido com
um velho ...!
ele tão jovem
de ideias...!
Na hora "H", no
teste físico, foi
desclassificado:
pensava ter 20
anos ! perdeu
a memória aos
50...!, então
solenemente
disse:
- Não sou velho,
sou gasto...não
sou feio !, estou
amassado...mas
posso dar em
qualquer uma
um trato...um
golpe de vista,...!
um desejo...!