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Estranha Asa


Estranha asa de borboleta,

Desprendeu-se do corpo,

Caiu no vazio

De um longo sono...

 

Estranha asa, leve e nacarada,

Sob pálpebras fechadas

Sem destino, sem sonho...

 

Estranha asa, que não voa

Por aqui,

Voa além, algures,

Nos céus que não vi,

 

Estranha asa

Esqueceu-se do pouso,

E paira, dormente,

Num imenso léu

Insosso...

 

Estranha asa, 

Caída num canto,

A espera de um vento

Que a erga de novo

 

E que a leve,

Num infinito despertar

Por dentro

De um infinito sono...
 

 

*
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/12/2012
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