Descarte
Sou alguém que não existe
Apenas com letras pareço
Não tenho corpo ou endereço
Sou lugar sem paradeiro
Um amontoado de ilusão
Que se joga fora a cada ano
Um dono de nada, sem cão
Traço minhas retas
Procuro paralelas
Não temo a contramão
Sem rosto ou capa
Ainda me visto em sonata
Canção, som, ar
Onde fui parar?
Sem saber de nada me vesti de poesia
Gostei da fantasia
E agora sou passado
Bom pra descartar