Silêncio Crepuscular
Solipsista no ermo espaço nave
embriagada de esquecimentos em
detrimento de um corpo celeste substituível,
cujo corpúsculo se joga letárgico
diante as memórias do almirante
enfeitadas aos olhos pesados.
O prazer era nadar nas águas límpidas
do universo próximo ao grito caótico
que ainda levará os gafanhotos estelares
ao abismo mandrião desamparado para
encontrar à margem o vazio sonoro.
Tudo é inóspito neste deserto!
As folhas que outrora cantarolavam
dançam agora a ritmos esmorecidos.
Uma lua abandonou a valsa.
O universo em luto apagou todas
as luzes das estrelas, não há
ventos, nem cores, os mares
secaram os rastros de lágrimas das
flores murchas de tanto esperar
o retorno da lua ainda mais soberba!
Oh, Pulsares afetuosos
à meia-noite contemplarei as vozes
de seu centro para descansar os timbres
sensíveis de uma lembrança lívida.