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Pernoites

 
O pensamento andarilho caminha na noite
seguindo rastros de estrelas,
sonha encontrar a nascente de todas as luzes.

Entre elas, deseja uma.
Tão somente apenas... Uma!

A lua oferece tiaras de prata.
Mas são calafrios que tremem o raciocínio.
A mente passeia em sua nudez,
buscando um cobertor...

Há calor entre as dunas das lembranças...
Joga-se na areia e rola no alvitre,
esfarela grãos esvaídos dos dedos
dos ressentimentos...

Cospe nas mãos, faz argila...
Passa nas feridas maledicentes
que afloram da inveja.

Pústula que coça a pele,
na ânsia de ser corpo aquecido
em outro corpo.

Pisca líquidos solventes para a maldade
que especula o inconsciente.
O frio pede aguardente
Entre os fios de cabelos
As mãos são pentes.

A água extrai o sol de dentro
com ácidos corrosivos
pra insônias.

O mar balança-se em chamas
Um alívio... Eis a luz!

Antes fosse outra, mas não foi...

E o dia segue o andarilho!


 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 26/12/2012
Reeditado em 04/01/2013
Código do texto: T4054033
Classificação de conteúdo: seguro
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