surrealismo+2.jpg

Fruta Espremida


O sumo desce
Escorre pelo copo
Enquanto a mão da vida
Espreme a fruta
Ah, nessa labuta
Tão ressecada
De tudo o que ficou,
Do que ainda não foi
E nem será mais nada...

A fruta espremida,
Até a última gota,
Até ser casca rôta
E bem desencantada,
Até não restar nada,
Ah, mais nada,
Que possa escorrer!...

Assim é o viver,
Assim é o morrer,
As frutas somos nós,
Sem sumo, sem voz,
Deixados lá na beira
Esquecida de uma estrada,
Até não restar nada,
Até não restar nada...

*



artistic-surreal-photomanipulation-by-sarolta-ban-31.jpg?w=450&h=261
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 26/12/2012
Código do texto: T4053811
Classificação de conteúdo: seguro