Fruta Espremida
O sumo desce
Escorre pelo copo
Enquanto a mão da vida
Espreme a fruta
Ah, nessa labuta
Tão ressecada
De tudo o que ficou,
Do que ainda não foi
E nem será mais nada...
A fruta espremida,
Até a última gota,
Até ser casca rôta
E bem desencantada,
Até não restar nada,
Ah, mais nada,
Que possa escorrer!...
Assim é o viver,
Assim é o morrer,
As frutas somos nós,
Sem sumo, sem voz,
Deixados lá na beira
Esquecida de uma estrada,
Até não restar nada,
Até não restar nada...
*