Apocalipse

Meu papo é óbvio

meus versos são

uma certidão do ócio.

Sou o núncio do apocalipse

da lua sou o eclipse

sou o cio do cão.

Sou o cartão anonimo

do sim sou o antonimo

do nada sou o sinonimo.

Sou o cócix do pescoço

do tudo sou o oposto

sou a ode do esforço.

Sou o seco dos molhados

sou o monstro dos pecados

sou o mau olhado.

Sou a rima do verso

sou o verbo da canção

sou a cisma da oração.

Sou o objeto do sujeito

sou o anverso do defeito

sou o inverso do perfeito.

Sou a cripta da múmia

sou o torrão da terra úmida

sou a fuga da razão.

Sou o lapso da memória

da elite sou a escória

do caos sou a glória.

Sou o vácuo da tempestade

do vadio a maioridade

das ideias a temeridade.

Sou a eternidade na tática

sou a morte da estratégia

sou o horror na prática.

Sou o final do começo

sou o fim do início

sou o término do meio.

Sou o contra do a favor

sou o ímpar do par

sou o plural do singular.

Sou o riso do tristonho

sou a sensatez do medonho

sou a altivez do enfadonho.

Sou a calma do apressado

sou a timidez do ousado

sou o olhar do observado.

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 23/12/2012
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T4050517
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