Inexistência

No interior de um quarto

De abrir e fechar de olhos,

Uma cegueira tão absoluta

Que o tempo, a escuridão

E o espaço jamais caberiam.

Os olhos vazios de sangue,

O suor e a lágrima secaram,

A vontade ria da desventura,

O ser era humano às avessas;

O não ser é que era a questão.

Se algo visse àquela fração

Saber-se-ia que não era alguém;

Era o despedaço do todo

Que não se fragmentou;

As circunstâncias jazem intactas.

Da lama do limbo de não ser

As coisas gritavam pessoas

De formas inexprimíveis,

O universo crescia veloz,

Tudo era cada vez menor

Até compreender que não existia.

Porque o que não tem tamanho

Pode crescer ao contrário;

E, onde estará o contrário

Daquilo que não tem tamanho?

Que falta fazem as bocas,

Os pensamentos e os gritos...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 23/12/2012
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