Pisa. Mas não maltrate.

Pisa de leve nesse chão;

Aí está a alma do poeta

Entregue às revelias.

Prostrada e invisível;

Vendo as instituições

Pelos versos e avessos,

Multicenários invertidos,

Amores amalgamados,

Ódios e outros sentimentos

Absurdos-mudos excluídos;

Vidas decadentes, insólitas

Verdades nuas, indecentes,

Fazendo a vergonha da gente.

Ventos que levantam saias

Que levantam por gosto,

Gentes que fogem da raia.

Ele é neologista de palavrões.

A sociedade cospe de nojo

Mas ele vê a hipocrisia,

O incesto, os pretextos,

E os desafetos do amor.

Pisa de leve nesse sangue

Não é um tapete vermelho

È um espelho da dor...

Quando os passos passarem

Ele se levantará para viver.

Viver? Não. Para continuar

Morrendo aos pedacinhos.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 23/12/2012
Reeditado em 23/12/2012
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