A Pioneira
São quatro horas senão cinco
O tempo passou rápido demais mais uma vez
Como sempre sentado, honrado, esperando
Respirando, vivendo, suportando.
Meu peito é esmigalhado pelas memórias
Sendo elas boas ou ruins, tanto faz
Voltam para me lembrar
O que há anos eu tento deixar para trás
Quem me dera eu ainda tivesse comigo
A luz no fim do túnel, meu amigo
Algo ou alguém que pudesse me conduzir
Por este longo caminho que ainda há de vir
Perco algumas horas fumando um cigarro;
Alguns dias lendo um livro;
Algumas semanas chorando por perder;
Alguns meses agradecendo por não saber;
Alguns anos tentando me esquecer;
Dos pecados que cometi para me atar a você.
Se existe perdão ou salvação,
Ajoelho-me para conhecer
Qualquer que seja o anjo que desceria
Por mais um dia, para me carregar
Subir e descer as velhas colinas
Relembrar junto comigo as velhas casas abandonadas
Os animais que agora jazem há décadas
As pessoas que passaram e marcaram,
Ou as que passaram e lentamente se findaram
Tudo isso diante dos meus olhos,
Estasiados fisicamente no mesmo lugar
Procurando qualquer razão para existir
Profundamente em seu olhar.
Seja minha salvação e não mais minha prisioneira
Dê-me a mão, volte a ser a pioneira
Não deixe que eu te deixe novamente
Sacia o enlouquecer desta minha velha mente.