Contemplação
Voa a águia no azul do céu.
Cai à neve cor de fogo, cor de mel.
Brilham meus olhos neste por de sol.
Olho pela janela a gaivota.
Tão bela, tão morta, tão morta.
Olho a minha alma nesta porta.
Escuro quarto de insondável divagação.
Olho o teu corpo pulsando no meio ambiente.
Teu corpo é latente, é demente, é ardente.
Curta é a nossa história.
Não sei da tua existência.
Não sei falar de amor.
E como deixar-te oh! Flor?
Voam meus olhos que pairam azuis.
Não falam de nada.
Não querem mesmo falar.
Calo diante da tua imagem.
Falo bobagem, adeus!