Quimera
Eu, ave aprisionada
Nos ramos da madrugada
Torno-me quimera
Viajo pelas eras
Galopando na fertilidade de meu cérebro
Como um menino á correr em busca de realidade para seus sonhos.
Devora-me o tempo
Devoro-o em mim.
Nas folhas que caem
No vento que perpassa em meu rosto
Eu sinto a força do que nao pode me tocar
Eu sinto em minhas veias o que sou e também nao sou.
E meus antepassados gritam em cada cavidade mais íntima de minhas células.
Espero a manhã como a chave de minha prisão,
Mas minha alma é livre.
Tanto como as ondas em alto mar
Como os raios da manhã que floresce
Como as estrelas que morrem e não as percebo.
E esta presente, não em meu corpo
Mas no que penso
No que sinto
Nas palavras que nascem de mim.