Digitais
Ficarão tuas mãos
Em tudo o que tocas,
Seja ao abrir
Ou fechar das portas.
Ficarão os teus dedos
Por sobre as pétalas
Esmigalhadas,
Nos meio-fios das estradas
Onde te sentaste
Para descansar.
Ficarão para sempre
As marcas sinuosas,
Tuas digitais sebosas
Impregnadas nos pescoços,
Armas,
Destroços...
Ficarão, e nada há
Que tu possas fazer
Que negue aquilo
No qual tocaste,
O bem e o mal
Que perpretaste.
Ficarão tuas digitais,
Gotas da tua saliva,
Ficarão explosões
Das tuas ogivas,
Sons dos teus silvos,
Marcas dos teus rastros
Por sobre o chão
Onde te arrastas.
Ninguém sentirá
De ti saudades!
Salva a tua alma,
Refaz teus caminhos
Antes que seja tarde!
*