TRANSE DESCONEXO

TRANSE DESCONEXO

“Não, não digas nada!”

Sente...

Pede com teus olhos

Toma com tuas mãos

Saboreia...

O amor que te dou...

Puríssimo néctar dos deuses.

Mudei de tema agora

A música entra e teima

Teima em me tomar

Reviravolta

Desfaz-me por dentro

Faz de mim outra

De outra cor

Outra luz

Novo som

Me cativa em notas

Prende-me às voltas com a canção...

Não, não digas nada!

Dizia um primeiro refrão

Era tão lindo e sucumbi

Ao seu chamado

Era a voz do Ney

Depois Marisa

Viajo... “Vou andar e vôo...”

Quase plágio...

Mas o que vive minha emoção?

Quem a descreve, senão eu?

Deixo vicejar

Deixo correr...

No verso solto,

Sentimentos,

Palavras,

Sons...

Que me falam...

Gritam...

Atordoam e não se calam...

Por mais que eu os amordace

São mais fortes...

Saem sem medo

Dominam os dedos que teclam.

Ou os liberto ou me sufocam...

Ou os deixo fluir,

Ou me farão sucumbir...

Pouco importa agora,

Se já não tem tema o meu verso

Converso... Falo só...

Comigo...

Com a energia em derredor...

Enquanto não livrar-me desse sentimento,

Dessa força, estarei presa...

Sem porta pra abrir

Sem chave pra sair...

Sem eira nem beira...

Sem sol...

Sem estrela

Sem dó...

O tempo esvai

O sangue estanca.

Pára tudo. É o final.

Final do verso...

Um final é o que peço,

Pelo amor de Deus!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 04/03/2007
Código do texto: T400966