Cicatrizes da alma

A chama de uma mágoa

dilacera um sonho esquivo,

na febre convulsiva nada apaga,

o pesadelo das palavras frias, ouvidas, em nevroses cristalizadas.

Eu senti ânsias mortais

fui cativo, errante, peregrino aos trilhões dos ventos,

acompanharam-me a mim, anjos trevosos, brutos diablos de chavelhos ciliciavam-me a sofrer...

Ouvi as suas músicas mordidas em ais, em dores em lágrimas,

Pôs tú condenastes-me.

Agora então...

Ja perdido nas esquinas das portas,

ouço outra vóz entoada

como harpas, por arranjos dedilhada, como que quisera exibir-se...

Ah vóz pungente que unge a alma, de sonoridade alva, branca e clara. Nem tocara Beethoven em sonatas!

Então, eu te amei, te toquei, te senti, me entreguei...

Porque na melodia misteriosa da tua vóz, descobri.

Que não há dor, não há luto, nem convulsões, nem veneno...

Mas APENAS SÁTIRAS E DANTECAS CICATRIZES.