vazio+3.JPG
QUADRILÁTERO

A escrita não enche os olhos.

... É uma linha fina e reta
que não diz nada.

Segue não sei para onde
calada num olhar abstrato.
Vaga, vaga, colada na pauta
Crescendo a cada dia
Mas o que vejo?
Um fiapo estático

Sem movimentos,
ondulações...
Sem cor

Se formasse círculos pelo menos
Um ponto tocaria o outro...
Poderia ser uma geometria
poética inserida

Num ângulo agudo ou obtuso.
Mesmo que fosse reto só com noventa graus
sem alcançar os cento e oitenta...
Seria preferivel que este segmento sem alcance.
Mesmo que fosse tão somente dez

de criatividade, mas nascesse
dele uma bissetriz, apontando para algo
além do infinito... Mas lá estaria algo!

 
Fito mais uma vez o 
rabiscado vendo o

que ele me diz...
Nada, absolutamente nada
O grafite bem que poderia ser giz.
 Apagaria tudo com a ponta do dedo
Desfazendo o medo
De surgir algo abjeto
e sem nexo...
Uma parafernália sem sentido.
Meu sentimento circunspecto
Não admite que seja extraído
o que não possa ser absorvido
 
Do quadrilátero embranquecido
não sai desenhos...
... Fico perdida entre pontos invisíveis da imaginação.
 
 
 

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 14/11/2012
Reeditado em 14/11/2012
Código do texto: T3985681
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.