Umas e Outras
Busquei o que queria
Achei o que devia
Paguei o débito
Mas fiquei sem crédito.
Sou destro
Não noivo nem casado
Passo noites virando de lado
Numa Mulher não esbarro.
Não entendo de código de barras
Não faço nada direito
Corro atrás de um rabo-de-saia
Vivo pelo avesso.
Sou cheio de dedos
Enfio os pés pelas mãos
Não tenho medos
Só ando na contramão.
Não entendo de tecnologia
Não sei de informática
Detesto matemática
Gosto da lógica.
Vejo tudo, mas não enxergo nada
Sou trôpego nas calçadas
Tenho vista cansada e enfisema
Gosto de poemas.
Dou em cima de mulher casada
Sou cheio de direitos
Me amarro nuns peitos
Mas não tenho mamata.
Não gosto de putaria
Não tenho pontaria
Não tomo umas e outras
Mas me amarro numas coxas.
Não acerto uma
Faço tudo errado
Vivo no aperto
Faço tudo ao contrário.
Não sei quem sou
Tampouco para aonde vou
Não sou contra nem a favor
Mas um dia acerto.
Não sei por que deste tema
Pensei que era poema
Mas é uma abstração
Pelo sim, pelo não.
Se continuar errando e acertando
Pois não sou perfeito
Ao me amarrar Numa
E não ser aceito
Tampouco me manco
Se a Outra não for a eleita
Mesmo assim não desisto
Insisto e faço um arranjo.