O quadrado
Meu quadrado não tem paredes
Paralelas
Regras
Entre sem bater
Venha e vá quando quiser
Traço um quadrado imaginário
Virtual, aéreo
Vou e volto quando quero
Sou a liberdade de sentir
Não sou uma pessoa
Sou sentimento, sou cor
Deixo a porta sempre aberta
O prato do dia é o que plantei ontem
Sem regar nada cresce
Deito na esperança de acordar melhor
Cubro suas dúvidas de sorriso
Pinto o rosto pra te ver sorrir
Entendi o silêncio
Me basta entender
Porque entender é realmente sentir
Ferida? Dor? Inevitável companheiro
Lembranças embalam noites de insônia
Mas o sono sempre vem
Rastros e migalhas se confundem
Minha algema se partiu faz tempo
Escolho minhas próprias dores
Penduro minhas horas no varal
Se a chuva vem mergulho em minutos intermináveis de alegria
Se o sol se faz estrela estendo-me pra que ele me preencha
Agarro letra a letra a agonia de viver
Deito músicas no ar
Afago o fogo que me faz arder
É imensamente fácil chegar aqui
Já te entreguei o mapa, a data, a senha...