MEMÓRIAS DE UM POSTE

Na calada da noite, ele é

Espião, amigo, luz.

É amparo de bêbados, loucos...

Abrigo de amantes apaixonados.

Ouvinte fiel de flagelados e desabrigados.

Já presenciou crimes, juras de amor, segredos.

Cumpre fielmente seu papel, iluminar noites.

Sente-se poderoso, lua plena.

Imóvel mas de olhos arregalados,

Nada escapa a sua atenção.

É o rei, a majestade da noite,

Noite gélida e chuvosa.

Água suja da sarjeta tocam seus pés.

Seus olhos baixam ao nascer do sol.

Agora serve de apoio ao inválido,

E ao cão que lhe faz as necessidades.

Mas ao cair da tarde, radiante ele retorna sua rotina.

A iluminar noites e vidas.

maria meiga
Enviado por maria meiga em 05/11/2012
Código do texto: T3970363
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