EU EM MIM
O grito que sai desse meu olhar
A procura de bocas que o ouçam
Ecoam por entre idéias infindas
Até atingir em ti meu infinito
E minha visão em forma de grito
Vê imagens travestidas em palavras
E do silêncio amordaçado de meus lábios
Vejo imagens sobrepostas e inaturas
Dançando no vazio de minha fala
Onde o grito de meu olhar não se cala
E as palavras já imagens vertidas em mudas
Perdem-se na constelação do céu de minha boca
São imagens de palavras em bocas ocas
Como palavras em imagens desbotadas
Desse meu olhar solitário que grita
Um grito que materializa-se
Na imensidão de meu silêncio
Há amargura de meu olhar
Na quietude triste de minh’alma