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PAR


Dulcíssima dupla,
Nascida em união
Metafórica e lúdica.
Encontro de almas
Num céu-tobogã
De altos e baixos,
Perdidos estavam
Nos muitos caminhos
Do buraco da maçã.

Um par, que tão ímpar
Surgiu de uma bruma
Soprada entre os dentes
De um Deus de lunetas
No solo tão fértil
Da imaginação,
Mente e coração
Frutos sem caroços,
Sem centro, sem chão...

Como é abominável
Toda perfeição!
O sonho mais lindo
E mais cintilante
Não resiste à força
Da palma da mão,
E morre esmagado,
Por fim, revelado,
Trazido ao real
É desmascarado.

Um par tão perfeito,
E tão adorado!
Como viverá
Se for separado?
As máscaras caem,
Derretem na chuva
Mandada do céu
Pelo mesmo deus
Que os havia criado...

Não é um triste fado?


*

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 02/11/2012
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