AGONIA APÓS A MORTE
 
Esquecido nesta cova escura e fria,
Sinto o meu corpo se decompor...
Todas as minhas horas são de agonia
E todas as minhas noites são de terror!
 
Sinto exalar de mim um nauseabundo cheiro
Que invade minhas narinas e me sufoca
Levando-me ao desatino, ao desespero...
E um medo insano em mim provoca.
 
Ouço o incessante mastigar dos vermes
Destruindo a minha carne fétida, putrefata...
As minhas mãos descarnadas, inertes...
Assistem  e não podem fazer nada.
 
Os sonhos que eu tive, imóveis jazem... 
Sem cor, ao meu lado, dentro do caixão.
As vontades, os desejos mortos somente trazem
A certeza de que a vida é mera ilusão!
 
Quero respirar... mas o ar não existe...
Vermes famintos entopem minhas narinas
E eu descubro que estar morto é mais triste
Que as tristezas da vida! Terrível sina!
 
Que falta me faz, neste momento,
Uma carícia, um olhar, um sorriso terno...
Que abrandasse minha solidão, meu tormento...
E me fizesse encontrar o descanso eterno!
 
Eu pensava que a morte era a libertação...
Vejo que a dor, o medo... a agonia não passa!
O desespero e as trevas invadem o meu coração...
Que desgraça, meu Deus! Que desgraça!
 
 
Alexandre Brito - 02/11/2012 - 13:17
(*) Imagem: Google


 
OBS.: A inspiração para a composição desse poema teve a influência do fabuloso conto "DIA DE FINADOS" de Julio Cezar dosan e Zeni Silveira, que aliás, eu recomendo a todos(as) os(as) leitores(as) e escritores(as) desse Recanto.
 
 
 
 
Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 02/11/2012
Código do texto: T3965270
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