POR QUE FUI ENVOLVER MARIA?

Por que fui envolver meu amor Maria?
Ela que é parte mais bonita de minha vida,
eu deveria deixá-la de fora desta sina maldita!
Fui atrás do que disseram as falsas amizades,
para eles não era nada de mais, só mesmo uma oportunidade.
Que garantiria um bom dinheiro, sem risco para nenhuma parte.
O plano seria o seguinte:
Na saída da escola da adolescente, que chamaremos Patrícia,
e que era a filha de um milionário intransigente,
nós faríamos um sequestro inteligente.
O carro já estaria presente,
pois pela internet o encontro se daria primeiro.
E dai a um passo ela estaria no cativeiro.
A minha parte no plano, seria só observar de longe,
e quando na entrega do dinheiro daria a partida na saveiro.
Mas, qual a nossa surpresa! algo saiu errado, ao entregar a presa.
Eles avisaram a polícia! E na troca de tiros mataram Patrícia!
Consegui correr pelo mato cerrado e puxava Maria comigo...
Ficamos quais bichos do mato acuados,
por longas e angustuantes horas; pela  madrugada adentro.
Até que recolheram o corpo, os carros sumiram e as pessoas também. Tudo ficou deserto e escuro.
Escuro em todos os sentidos, pois eu via que os olhos de minha Maria transmitiam tamanha apatia e uma dor que a mim feria.
Ainda no calor de tanta emoção tomei de novo sua mão
e saímos a correr...
no sentido contrário a nós vinha uma multidão,
mas não pareciam humanos não...
Era algo assustador, parece que nem nos viam e seguiam sua procissão.
Chegamos em um lugar onde nosso espírito se acalmou.
E era um local encantador... águas cristalinas, remetiam a uma vida de esperança...
Que bom vi minha menina novamente sorri e brincar feito criança.
De tanto andar, trôpegos e como andarilhos errantes, chegamos depois de muito tempo, em casa de alguns conhecidos meus. Pedimos guarida, sem muitas explicações, fomos ajudados e de tanta fadiga Maria logo adormeceu, em seguida veio o sono meu.
Estava raiando o dia quando ouvi, lá no outro cômodo, uma voz se sobressair e que me causou grande incômodo:
_ Vocês ouviram o noticiário sobre a morte da jovem Patrícia?
Falaram muito sobre o assunto e só depois de mudarem o rumo da prosa foi que apareci com Maria.
Mas, quando fomos ao riacho, uma moça viu, quando um rolo de papel caiu de meu bolso e perguntou querendo ao mesmo tempo pegar: _ O que é isto?
Eu muito afoito e nervoso o peguei e o amassei - eram informações que eu anotara sobre o meu envolvimento naquele assassinato...
Outros modos estranhos, despertaram desconfianças e começamos a ter de responder muitas perguntas capciosas ...
Eram muitos os fantasmas e poucos os argumentos, comecei a viver no inferno de Dante; antes mesmo de morrer...
Não sei como eu consigo descrever...
Como eu consegui ainda este momento VER?
Porém, a única cena que me lembro agora, é a figura de Maria sentada sob a árvore, atônita, cabeça baixa, mãos displicentemente caídas ao longo do corpo magro e pálido, paralisada, vida sem vida!
Enquanto os bombeiros retiram meu corpo morto daquele cercado,
onde eu fui encontrado enforcado.

Madalena de Jesus.

(Nota: Este texto que contei tentando aqui rimar, fala quase que na íntegra exatamente como foram visualizadas estas cenas à partir de um sonho que  eu tive. Naquela ocasião, acordei ainda pela madrugada e vim copiá-lo)
Maria Madalena de Jesus Gomes
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 01/11/2012
Reeditado em 22/09/2014
Código do texto: T3962910
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