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CHALEIRA




Para servir este chá
Que alguém beberá 
Numa mesa onde não sei,
É preciso que a vida ferva,
Até o ponto final,
Até que o vapor ascenda
Até a última nuvem,
Até o Grande Final.

A alma ferve 
Sem eira nem beira,
Abandonada, esquecida,
Nessa terrível chaleira.


(Mas não há cura para a vida,
Ferve a alma na chaleira
Até que não reste nada,
Só o vapor da morte ardida).



*

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 29/10/2012
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