Desta boca cheia de dissonâncias
Desta boca cheia de dissonâncias
saem os mais obscuros mantras,
construídos de desejos calcinados
nestes lábios grudentos e húmidos.
Estas palavras malditas que fervem,
desaguam num Rio-Sangue ancestral,
força primeva que borbulha no invólucro
deste espoliado nati-morto, que teve
a infeliz ousadia de cuspir no Deus Morto
de suas próprias hordas infernais.
Estranhos ecos envenenados molham
o rosto sem rosto de milhares que
foram mijados no incónito de si mesmos.
Tudo o que procuram são seus corpos
que vieram do barro podre deles,
e como não encontram, vestem
suas entranhas de roupas brancas,
repletas de merda, cagadas pelos deuses
da dissonância corpórea deformada.