BALADA DO POBRE
"À memória de
Adriano"
Sou pobre abandonado
Nas terras de Portugal
E o tesouro vai guardado
No forro do meu bornal.
Os sentidos se perderam
Em ventos de tempestade
E os sonhos desvaneceram
Em suspiros de saudade…
Ó sortes do meu passado,
Das curvas do mendigar,
Fazei-me regenerado
Para ao sonho regressar!
Sou pobre e escravizado
Nas teias do meu país
E o futuro hipotecado
Não tem húmus nem raiz.
A vida sem horizontes
Não me traz felicidade
Do alto daqueles montes
Quero ver a liberdade…
Ó sortes do meu passado,
Das curvas do mendigar,
Fazei-me regenerado
Para ao sonho regressar!
Frassino Machado
In NAS SENDAS DE ORFEU