BALADA DO POBRE

"À memória de

Adriano"

Sou pobre abandonado

Nas terras de Portugal

E o tesouro vai guardado

No forro do meu bornal.

Os sentidos se perderam

Em ventos de tempestade

E os sonhos desvaneceram

Em suspiros de saudade…

Ó sortes do meu passado,

Das curvas do mendigar,

Fazei-me regenerado

Para ao sonho regressar!

Sou pobre e escravizado

Nas teias do meu país

E o futuro hipotecado

Não tem húmus nem raiz.

A vida sem horizontes

Não me traz felicidade

Do alto daqueles montes

Quero ver a liberdade…

Ó sortes do meu passado,

Das curvas do mendigar,

Fazei-me regenerado

Para ao sonho regressar!

Frassino Machado

In NAS SENDAS DE ORFEU

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 26/10/2012
Reeditado em 30/10/2023
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