UM ROSTO

ROSTO

Despiste a alma sem pudores

e escondeste-me o rosto

Mostra-me agora o rosto

e esconde-me a alma

Prefiro o sorriso que os olhos não vêem

que pulsa nas letras do que escreves

O seu olhar hoje não me diz nada

Os olhos , são a porta da alma

para que quero porta

se nela já adentrei?

Nem de janelas preciso,

Essa alma foi minha estrada

Foi nela que colhi as minhas flores mais perfumadas

Foi nos galhos das arvores que a margeavam

Que me pendurei e voei bem longe

Ali senti o calor do chão onde passeei dançando

ao som do vento que você trouxe para mim

e fiquei,feliz, leve, assim...

E agora, cadê o azul do céu do teu sonho

que alimentava as minhas fantasias?

Onde puseste aquele amontoado de letras

Que não eram minhas,

mas que eu roubava todos os dias para preencher-me?

Denunciar-te-ei ao criador

Por estar devastando a sua criação

apagando letras que formam o universo

copiadas no reverso de um louco coração

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 25/10/2012
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