UM ROSTO
ROSTO
Despiste a alma sem pudores
e escondeste-me o rosto
Mostra-me agora o rosto
e esconde-me a alma
Prefiro o sorriso que os olhos não vêem
que pulsa nas letras do que escreves
O seu olhar hoje não me diz nada
Os olhos , são a porta da alma
para que quero porta
se nela já adentrei?
Nem de janelas preciso,
Essa alma foi minha estrada
Foi nela que colhi as minhas flores mais perfumadas
Foi nos galhos das arvores que a margeavam
Que me pendurei e voei bem longe
Ali senti o calor do chão onde passeei dançando
ao som do vento que você trouxe para mim
e fiquei,feliz, leve, assim...
E agora, cadê o azul do céu do teu sonho
que alimentava as minhas fantasias?
Onde puseste aquele amontoado de letras
Que não eram minhas,
mas que eu roubava todos os dias para preencher-me?
Denunciar-te-ei ao criador
Por estar devastando a sua criação
apagando letras que formam o universo
copiadas no reverso de um louco coração