Desertado
Passei pelas estradas do deserto
- aqueles conhecidos caminhos vazios -
mas dessa vez mudei de tática
e fui de cabeça pra baixo, pés pra cima.
Assim os pensamentos esclarecem
as nuvens que me atormentavam.
O escorpião me viu assim
e despejou um veneno nos meus ouvidos.
A cobra que se escondia nas dunas
mordeu meus lábios com uma dose de amor.
O vento assobiava uma tempestade
de areias se aproximando em espirais.
Pensava ter encontrado um oásis
com água, palmeira e caravanas.
Mas os camelos me jogaram no poço
onde finalmente encontrei a paz.