Decadência

E dão-se assim nos dias de hoje

A visão triste de um reinado glorioso

Onde as ideias foram trancafiadas

Na cela da incerteza

E aprisionadas pelas correntes do medo

Quase extinta não mais perambulam

Pelos corredores dos meus pensamentos

Ela é consumida pela fome

E castigada em seu corpo

De tão fraca encontra-se inerte

Deprime-me a alma

Encontra-la nesta forma

Onde se escondeu sua tão imperiosa presença?

Era tão altiva e contagiante

Cadê aquela que nos fazia acreditar no impossível?

Diga-me quem lhe roubou a vida desta forma?

Tristes são os olhos que agora aqui encontro

Eles são os mensageiros de teu sofrimento

Como permitiu capturar-se assim?

Você que era tão bravia

Que pelo mundo solta corria

Como me comove lembrar-te de ti

Em outrora reluzentes

Cheia de pompas e magia

Que nada se parece com esse presente

Como te subjugaram?

Como você foi se entregar?

Quem lhe turvou as vistas desta forma?

Posso ver em seu semblante

Não te deram a mínima chance

Caiu de único golpe

Seu ego agora se encontra em colapso

Suas forças já exauridas

Mal se sustenta sobre as pernas

Que lastima...

Não apenas esta acorrentada

Mas presa em seus próprios limites

Quisera eu poder liberta-la dessas correntes

E ver você se libertar de si mesma

E aplacar sua autocondenação

Será que conseguirei ver novamente

Você empunhando seu cetro

Ou mesmo o bradar de suas palavras

Será que verei?

Seu encanto cair sobre nós

Enfim...

Será que nos dará o prazer novamente

O prazer das suas historias?

Diz-me inspiração...

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 08/10/2012
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