Decadência
E dão-se assim nos dias de hoje
A visão triste de um reinado glorioso
Onde as ideias foram trancafiadas
Na cela da incerteza
E aprisionadas pelas correntes do medo
Quase extinta não mais perambulam
Pelos corredores dos meus pensamentos
Ela é consumida pela fome
E castigada em seu corpo
De tão fraca encontra-se inerte
Deprime-me a alma
Encontra-la nesta forma
Onde se escondeu sua tão imperiosa presença?
Era tão altiva e contagiante
Cadê aquela que nos fazia acreditar no impossível?
Diga-me quem lhe roubou a vida desta forma?
Tristes são os olhos que agora aqui encontro
Eles são os mensageiros de teu sofrimento
Como permitiu capturar-se assim?
Você que era tão bravia
Que pelo mundo solta corria
Como me comove lembrar-te de ti
Em outrora reluzentes
Cheia de pompas e magia
Que nada se parece com esse presente
Como te subjugaram?
Como você foi se entregar?
Quem lhe turvou as vistas desta forma?
Posso ver em seu semblante
Não te deram a mínima chance
Caiu de único golpe
Seu ego agora se encontra em colapso
Suas forças já exauridas
Mal se sustenta sobre as pernas
Que lastima...
Não apenas esta acorrentada
Mas presa em seus próprios limites
Quisera eu poder liberta-la dessas correntes
E ver você se libertar de si mesma
E aplacar sua autocondenação
Será que conseguirei ver novamente
Você empunhando seu cetro
Ou mesmo o bradar de suas palavras
Será que verei?
Seu encanto cair sobre nós
Enfim...
Será que nos dará o prazer novamente
O prazer das suas historias?
Diz-me inspiração...