Tempo

Tempo para tudo, tempo para nada,

a tudo seu tempo, a nada tempo deu,

tempo claro, tempo nebuloso

levou meus castelos de areia

até os moinhos de Netuno

nas suas festas a Iemanjá.

Queria tempo para ir

passear de novo pelos jardins

da infância e passar

aos parques da morte e ficar

com tempo para amar

e amar, e amar.

Tempo rápido, tempo lento,

tempo torto em tormento

de não poder voltar a tempo

de seguir o som do vento

que me entrega no momento

para o nada sair de dentro.

Sofre tempo na eternidade

de implorar do bonde descer

e passear pelos parques

coloridos de jovens com tempo

ser atropelado nas ruas percorridas

por quem tempo não tem.