Não me beije, não me alente, não me tente

Tão somente, me aninhe em teu peito e me esqueça

deixe que eu trate a loucura que te parece

 

Nem mais uma drágea,

Nem mais uma prece,

Tão somente me aceite em teus braços e me deixe,

Não queira me curar, não me queira normal.

 

Durma e não tema, no raiar do dia eu estarei presente,

E ouviremos a cantilena dos pardais e galgaremos nuvens

Conversaremos, piedosamente sobre deus e a loucura

De ter na morte uma porta aberta para o horror do desconhecido;

Diremos das telhas e do piso, das cores e dos varais

 

Aquiete-se, eu não deixarei cicatrizes na tua memoria,

ou lagrimas em nosso retrato, ainda hoje eu estarei vivo

E farei nosso café forte e amargo ao teu gosto.



Imagem: Olimpio de Roseh

Vista da praia das pitangueiras no Guarujá.

Obs.: Não existe mais pitangueiras na praia, foram removidas para melhor acomodar a acidez humana.

 

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 07/10/2012
Reeditado em 07/10/2012
Código do texto: T3920476
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.