Não me beije, não me alente, não me tente
Tão somente, me aninhe em teu peito e me esqueça
deixe que eu trate a loucura que te parece
Nem mais uma drágea,
Nem mais uma prece,
Tão somente me aceite em teus braços e me deixe,
Não queira me curar, não me queira normal.
Durma e não tema, no raiar do dia eu estarei presente,
E ouviremos a cantilena dos pardais e galgaremos nuvens
Conversaremos, piedosamente sobre deus e a loucura
De ter na morte uma porta aberta para o horror do desconhecido;
Diremos das telhas e do piso, das cores e dos varais
Aquiete-se, eu não deixarei cicatrizes na tua memoria,
ou lagrimas em nosso retrato, ainda hoje eu estarei vivo
E farei nosso café forte e amargo ao teu gosto.
Imagem: Olimpio de Roseh
Vista da praia das pitangueiras no Guarujá.
Obs.: Não existe mais pitangueiras na praia, foram removidas para melhor acomodar a acidez humana.