Senhora Boa Morte

Senhora Boa Morte

No estreito, entre o transe e a lucidez

Surge a imagem da mais bela princesa

Sensual corpo envolto em claras sedas

Calada, num andar bailante, pisa sutil, elegante

Olhos acesos, vivo fogo que me fita e me seduz

Aproxima-se, me abraça e me beija

Em sua boca bebo o ópio, me entorpeço

E me entrego em suas mãos

Me pega em seus braços e me consome sem pudor

E num vasqueiro suspiro, o enlevo me arranca do trivial

Este é meu último beijo...

Flutuo... e do alto, atordoado, mal decifro o que vejo

Só murmúrios ao meu redor

Multidão em um só plangor

Meu corpo estendido ao chão

Parece ilusão... mas tudo é real !

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